domingo, 22 de janeiro de 2012

UFC X ESPN

A batalha de siglas poderosas colocada no título desta nota aconteceu fora do octogóno por causa de um documentário investigativo veiculado recentemente pela ESPN 2 norte-americana, chamado “Outside The Lines”.

O foco foi expor que, mesmo considerada uma das ligas esportivas mais ricas e lucrativas dos Estados Unidos, o UFC paga bem abaixo da média os lutadores se comparada a outras modalidades como hóquei no gelo, futebol americano e o boxe.

O material coloca em xeque o sistema de pagamento do UFC, que seria injusto com os protagonistas da organização com relação ao montante milionário geral alcançado por cada edição realizada. As cifras do Ultimate para os atletas iniciantes, por exemplo, seriam quase dez vezes menores do que para outros na mesma situação dos outros esportes citados.

O presidente Dana White explodiu em críticas e veiculou um vídeo no qual desaprovou sonoramente o tom utilizado pela emissora. “A ESPN nunca deu a mínima para o MMA. Nunca fizeram nada de bom, nenhum perfil de lutador ou contaram alguma história. Me recusei a participar desta merda”, disparou o mandatário.

Lorenzo Fertitta, um dos sócios majoritários do UFC e que participou do documentário, deu novas declarações recentes ao Yahoo! norte-americano. Além de defender que existe a tendência interna em fazer nova escala fixa de valores para pagar os lutadores em breve, manteve comparações apenas com o pugilismo, o concorrente mais direto, e defendeu que, mesmo com toda tendência pública de achar que o MMA ultrapassou o boxe na preferência dos fãs, as receitas ainda são muito diferentes entre os esportes.

“Enquanto o boxe tem espaço para colocar um sem número de pay-per-views relevantes por ano na TV, o Ultimate coloca entre 14 e 16”, disse Fertitta. Isso seria o fator direto para que estrelas do UFC como Anderson Silva – que têm bolsa fixa por luta em cerca de US$ 300 mil, mas ampliam lucros com participações nas transmissões e outros fatores extra – façam aproximadamente US$ 3 milhões por luta e astros do pugilismo como o filipino Manny Pacquiao alcancem mais de US$ 20 milhões.

Outra diferença seria a de que o UFC tem mais de 500 funcionários pelo planeta. O boxe, por comparação, é executado por uma série de promotores independentes, muitos dos quais têm apenas um ou dois funcionários. “E ao contrário da NFL ou da NBA, o Ultimate tem de arcar com todos os custos de produção de televisão, o que também gera cortes significativos na receita”, explicou Fertitta.

A verdade é que vai começar outro disse-não-disse sem fim, desta vez nos bastidores, para discutir vaidades e cifras milionárias. Não acho que o UFC está certo ou errado. Apenas tem as próprias regras, como “empresa” que tem a faca e o queijo do MMA nas mãos... e vocês ainda acham o Chael Sonnen chato.

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